sábado, 30 de outubro de 2010

Doce pesadelo


Lá esta a linda menina, a brincar com suas bonecas e perpetuar toda a sua ingenuidade.
Mal sabe ela o destino que a vida lhe reserva.
Seus olhos, hoje tão inocentes, ainda hão de contemplar muita dor e iniquidade.
Mal sabe ela o quanto sua pele branca ainda ha de chorar...
Lagrimas de sangue!
E nem imagina todas as marcas que essa dor vai lhe deixar.
Seu sorriso, sua alegria, sua doçura... Tudo ainda há de se perder na passagem do tempo. Ficarão pelas esquinas da vida e serão trocados por feições pesadas, olhares tristes e uma personalidade repleta de amargura.
Seus heróis permanecerão apenas nos contos de fada e sua realidade será cada vez mais cruel!
Seu príncipe encantado, é só mais um homem! Aquele ser repugnante em quem ela aprendera muito cedo, a nunca confiar.
Mas ela vai demorar tempo demais para acreditar! Mais tempo do que realmente dispõe.
Seus sonhos... Aqueles doces sonhos de menina, vão todos pela janela! Ela nem imagina, mas sua vida na verdade se assemelhara mais a um completo pesadelo.
No fim de tudo, lá estará ela: Menina mulher, carregando seu coração ensanguentado na palma da mão, tentando esconder todas aquelas cicatrizes que a vida semeou por seu corpo.
Parece-lhe impossivel acreditar que tudo aquilo realmente tenha acontecido em sua vida.
Acalme-se menina! Foi só um pesadelo... Agora você pode dormir novamente, feche bem os seus olhos e me entregue o seu fôlego. Abandone sua consciência, não tenha medo de se entregar ao fim. Note que a dor esta diminuindo e lentamente você pode mergulhar no infinito... Esqueça tudo o que passou.

Agora você pode sonhar para sempre.

Recomeço



Hoje quando acordei, me pus a pensar em todas as coisas que eu amei e que de alguma forma a vida me tirou.

Olho meu passado e vejo tanta coisa deixada para trás... Tantos momentos que o medo me roubou...

Várias pessoas que eu amei foram embora,o que ocasionou a morte de tantos dos meus sonhos...

Essa é a minha vida, sempre perdendo o que tenho e tentando seguir em frente... Porém, sempre um pouco mais fraca.

Más não vou mais me lamentar, esse não é meu objetivo.

Vou escolher o meu destino ao invés de esperar que ele me escolha.

E mesmo tendo perdido ate “meu próprio eu”, eu sigo.

Porque mesmo que tenham morrido todos os meus amores, jamais permitirei que morra um só grão da minha fé.

E por tudo que nunca me foi dado eu vou atrás tomar de volta e agarrar com tanta força que nada mais vai me roubar.


Se os fatos não condizem com a realidade... Mude os fatos!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Crescer...




A muito eu não tocava nesses velhos poemas. Percebi que muito de mim mudou, mas eu não me refiro apenas as ideias e sentimentos que me compunham na época em que os escrevi, me refiro também a forma com que eu escrevia.

Eu escrevia quase em versos, hoje escrevo de forma mais prosaica... É estranho olhar todas estas linhas e realmente considera-las como minhas. Parece que pertencem a outra pessoa.
Eu sempre escrevi com o coração, expus, com a ponta de uma caneta, a minha alma no papel... E isso não mudou e não mudará nunca. Creio que a principal diferença é que eu escrevia com uma dor imensurável, através de uma personalidade extremamente emocional. Hoje, me tornei mais racional, e ainda deixo transparecer uma pontinha de dor algumas vezes, pois escrevo o que penso, mas também o que sinto.
Mas sobre tudo, eu exponho vida! De uma mulher adulta que lentamente compreende como lidar com seus temores e inseguranças... E assim, tornou-se capaz de sentir de tudo um pouco. O que não significa não sofrer, mas saber lhe dar com o sofrimento e transforma-lo em algo mais viável, permitindo sempre que a FELICIDADE a invada. Do vazio, quase nada restou, apenas alguns lapsos, comuns a qualquer pessoa.
Enfim, nos poemas de cinco anos atrás, quase não mais me reconheço. Mas não deixo de perceber relações entre a menina que fui e a mulher que me tornei.

Os medos que ontem me fragilizavam hoje são o principal ingrediente da minha fortaleza particular.

Cansaço




Casei das promessas, das falsas promessas que fiz a mim mesma.
Cansei das pessoas por quem me mantenho viva, se for considerá-las o melhor é morrer.
Cansei dos amores que não valem a pena, que me consomem.
Cansei de tudo, de ser eu, de nunca ter sido nada, de nunca poder ter nada.
Cansei dessa vida inútil que insisto em levar.
Porque as coisas não podem ser como preciso que sejam?
Estou cansada e não quero mais nada.
Me perdoe se quebro as promessas que lhe fiz e me fiz, mas sou fraca, você sabe disso.
Você também falhou comigo. Porque me iludiu?
Esta certo que minha vida não era o melhor possível antes de conhecê-lo.
Mas porque você me libertou? Mostrou-me como é a vida perto de você mesmo sabendo que eu não poderia viver isso para sempre.
Você Sabe que você é meu único remédio e não o tendo, morro.
Em decorrência disso, já estava morta, no momento em que o conheci.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Auto-Solidão




Há um vazio tão grande dentro de mim

Que nem consigo mais me odiar.

Como eu me odeio...

Mas há um buraco dentro de mim

Por onde escapam todos os sentimentos

Restando apenas o cansaço.

Viver cansa sabia?

Quando sua vida consiste

Em você mesmo

Destruir tudo a sua volta,

Um dia você se cansa.

Meu fim pode ter sido marcado

No momento em que desisti

Dos que amava

Porque nesse momento

Desisti de mim mesma.

E agora, sozinha,

Só Deus sabe o meu destino.

Talvez eu viva até ficar velha,

Uma vida solitária e amarga.

Talvez eu me mate

Ou enlouqueça.

Só Deus sabe o meu destino.

Tudo que sei é que amo

Mais do que a mim mesma

Todos aqueles dos quais me afastei.

Más não quero submetê-los

A carregar comigo o peso da minha vida.

Deixe-os viver...

O verdadeiro amigo não te abandona

Mesmo que você queira

Ser abandonado

Mesmo que você o abandone

E se abandone...

Mesmo que queira fugir, se esconder, morrer.



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vida vazia



Passo pela vida

E dela nada levo

Apenas tristeza, pesar, dor e lágrimas [?].

Recordações amargas

Onde esta minha bagagem?

Perdida ou jamais conquistada?

Perdas e derrotas...

Definição da vida?

Sou uma andarilha

A caminhar sozinha

Nada carrego,

Nada conquisto,

Ninguém cativo,

E tudo que consigo, perco

De maneira ainda mais inesperada

Do que quando conquistei

Porem muito mais amarga.

Levo minha vida,

Caminho só

E não temo mais essa solidão.

Aceitei minha sina,

Agora hei de viver.

Se é que ainda se pode

Chamar isso de vida.

domingo, 24 de outubro de 2010

Troca



As vezes penso

Quão idiota que sou

Tão desmemoriada,

Me esqueci de viver.

Acho que perdi pelo caminho

Meus sonhos, meus planos,

Minha capacidade de amar.

Mas em qual esquina?

Em qual dos meus erros eu me perdi?

Erros... Foram tantos...

Que me levaram a essência,

Roubaram-me o que eu era.

Hoje sou um zumbi

A ocupar um corpo que não me pertence.

A maltratar um corpo que não me pertence.

Más, minha maior cicatriz,

Não esta sobreposta em minha pele

Esta gravada em minha alma.

É dentro que mora a maior dor

A dor de dentro que a dor de fora não apaga...

Que o sangue derrama

E as feridas cicatrizam.

Troca justa,

A dor do coração pela dor do corpo.

O sangue da alma pelo sangue real.

Uma dose de realidade...

É tudo que preciso

Para sobreviver em um mundo incompreensivo

Em que não sendo vista

Preciso encontrar uma maneira de me enxergar.

E de alguma forma, me sentir viva.

sábado, 23 de outubro de 2010

Amor e dor



Da glória ao fundo do poço

Qual a distância afinal?

Um amor que delimita

Dois mundos,

Duas vidas.

Antes de ti vivia em paz

Minha falsa vida

Mascarando meu rancor

Mas depois que te fizestes presente

Eu vivo apenas esta dor.

E “sinto a essência estranha, do que é a morte”.

Amor e dor...

Seriam esses sentimentos

Parceiros durante a vida?

Vida... Que vida?

Não possuo vida alguma.

Apenas sobrevivo à margem do mundo.

Espero por ti,

Sei que não vai voltar.

Mas mesmo assim

Teimo em te esperar.

Por quê?

Não sei mais a resposta para muitos “Porquês”

Creio que me esqueci

De todas as respostas

E me perdi dentro de mim,

Em meio as nossas lembranças.

Eu te amo.

E acho que me esqueci de me amar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dor



O mundo esta doente

E eu agonizo por suas dores.

Com todo o corpo marcado

E a alma coberta por cicatrizes,

Choro os lamentos de todos os seres,

“Unidos mas separados”

Por uma sociedade individualista.

Vivo em um mundo

Que massacra o que sou

Transformando-me no que jamais seria.

Um mundo que se esquece dos próprios filhos

E que mata seus próprios anjos.

Choro a dor de todas as gerações

Vidas perdidas,

Almas vazias,

Lágrimas rubras!

Coloridas com meu sangue.

Eis o meu sangue,

Tomando o lugar das lágrimas,

Sufocadas...

Quero sangrar as dores do mundo!

Minhas dores do mundo

Um mundo que agora adormece

Ao som do choro dos que se calam.


Quem sou eu?





Sou um fiapo do que fui,

Sou um projeto de mulher.

Me olho e não me vejo,

Não me enxergo,

Não me encontro.

Há muito não mais me sinto,

Como se não vivesse.

Sou uma personagem

Vivendo minha falsa vida.

Mas quando a dor se faz presente,

Quando o sangue, vermelho,

Derrama a minha dor,

O repuxar de minha pele

Institui ao meu corpo vida!

E á minha alma vazio.

Viver em dor,

Hora pior do que estar morto,

Hora melhor do que estar vivo

E não viver.