sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal



- Crônica



Quando eu era pequena via o natal como um dia terrível, em que todos estavam felizes, exceto eu. Eu não me entristecia pela felicidade dos demais, me entristecia por não ter a oportunidade de compartilhar de semelhante alegria.

Minha mãe contava catorze anos quando seu pai faleceu, desde então o natal perdera o resplendor, a beleza... Perdera o significado para ela. Em alguns anos, as coisas melhoraram. Não sei por que razão, mas aos poucos, começamos a comemorar de alguma forma aquele dia. E a tristeza que sempre me preenchera naqueles 25 de dezembro de minha infância, dera lugar a uma alegria branda, por ser aquele o único dia do ano em que minha família realmente se unia. Muitas coisas aconteceram entre minha infância e minha adolescência. Ate minha vida perdera o brilho, era de se esperar que eu não pensasse mais em natal. Hoje, muitas coisas voltam ao seu devido lugar. Finalmente podemos receber em nossa casa aquela mesma alegria, que eu assistia em outros lares há quinze anos. O perdão, o respeito, o desejo por uma vida renovada finalmente encontrou lugar em minha família, em nossos corações. A semente de um amor incondicional cresce dentro do ventre de minha pequena irmã. Não só o próximo ano, mas os próximos anos prometem uma realidade diferente de tudo que nos foi apresentado até aqui. E o que nos é prometido não é nada mais que o que realmente merecemos e há tanto esperamos.

Não que o natal seja um dia maravilhosamente diferente, ou qualquer uma das baboseiras que as pessoas geralmente dizem. O natal é um dia como qualquer outro, é totalmente equivocado acreditar em um dia mágico em que todo o mal se apaga e tudo parece perfeito. Isso não existe. A magia do natal esta na união, na representação quase sólida do amor, do carinho, da esperança por dias melhores... Que preenche o coração de todos nós. O natal é um dia como qualquer outro, assim como o primeiro dia de um novo ano também o é. Mas eles não precisam ser dias comuns, nenhum dia precisa ser comum. A magia não é algo que acontece “do nada”, a magia esta dentro de cada um de nós, esta em nossos desejos mais ocultos. Cabe apenas a nós mesmos materializá-la, transformar pequenos sonhos em realidade.

As máscaras da vida





Um dia seus olhos se abriram e ela foi finalmente capaz de perceber o mundo a sua volta. E vislumbrar a mulher amarga que havia se tornado.

Ate ali, ela estava apenas sobrevivendo em meio ao cinza em que se convertera a sua vida.

Ela não se sentia triste nem feliz, apenas vazia. Incapaz de “sentir”.

O coração que um dia possuiu havia sido devorado por uma frieza que não lhe pertencia.

Sua razão havia sido dominada por uma certeza que a enlouquecia.

Ela estava se degradando em meio a todo aquele cinza.

Em sua mente havia lembranças de um tempo em que decidira morrer. Mas por infinitas razões ela se desprovera de tais desejos infrutíferos.

Ela voltara a sorrir. Mas nenhuma alegria era suficientemente intensa para tocar seu coração congelado.

Ela aprendera a usar máscaras, acreditara estar protegida detrás delas. De certo modo estava. Escondida do mundo, presa dentro de si.

Foi nesse momento que seus passos, já tão automáticos, a guiaram por um caminho novo.

Ela se deparou com um olhar profundo, possuidor de um brilho inexplicável e imensamente especial, que com sua luz infinita iluminou e aqueceu toda a sala vazia que havia dentro dela.

Aquela luz foi de uma capacidade transformadora tão intensa que converteu sua “mulher interior”, tão segura e dona de si, em uma garotinha frágil e temerosa... Novamente possuidora de um coração pulsante.

A menina temia tão explosão de sentimentos e mais ainda o desconhecido que a cerca... Mas ela sabia que não poderia encontrar na vida emoção semelhante, se continuasse a se manter “segura” detrás de suas máscaras.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Que te parece la realidad?





Não me venha com seu sorriso amarelo, seu cinismo barato e essa falsa consideração dos infernos!

No fundo, você só quer alimentar esse joguinho patético que torna a vida um caminho sem rumo.

E eu não quero mais fazer parte disso.

Leve embora sua falsa indignação, seus sentimentos fajutos de homem-pedra e sua hipocrisia imedível.

Tudo em você cheira a mentira.

Leve contigo a minha alma, meu coração e todo o mais que você se esforçou para destruir. Parabéns pelo seu feito, de nada me servem cacos.

No fim das contas, eu não sou nada alem de uma mulher cética, empedernida, vazia e completamente só.

Eu realmente amei muito você.

Preferia que as coisas houvessem acabado de outra forma. Que não restasse raiva – de sua parte -, nem mágoa – da minha.

Acho que as coisas ficam piores, quando eu me torno indiferente.

É que o vazio não é bom, não me garante o auto-controle. Sobre nada.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Metamorfosis




Después que se fue el huracán de recuerdos, se quedó el vacío.

Y un silencio mortal.

Me parece que después del huracán siempre llega la calma.

Y una vida renovada.