sábado, 11 de fevereiro de 2012

Auto descoberta



Mais uma vez sem entusiasmo, pra continuar a vida... Pelo menos dessa vez eu sei que não sou eu a única responsável por toda essa desesperança. Hoje eu SEI, que existe sim um fator externo a quem, inicialmente por uma ingenuidade infantil e posteriormente por uma fragilidade adolescente, eu estive exposta durante todos esses anos e que moldou toda a parte ruim que há em mim. Eu só não sei se existe algum modo de reverter isso. Então sigo, todos aqueles dias que sempre defino como iguais, chorando as feridas do passando, ignorando o que me revela o presente e temendo pelo que me reserva o futuro... Sigo sem saber, para onde os caminhos dessa vida ão de me levar, mas quase sem me importar. Mantenho firme a minha fé... Já não sei mais em quê... Mas ao menos não deixo de acreditar que por trás de tudo isso, acima de todos nós, existe uma força suprema que tudo rege, seja ela católica, protestante ou pagã... Apenas não posso perder isso, porque sem essa pequena esperança, eu morreria... ou enlouqueceria. Sinto-me perdida, distante de tudo aquilo que sempre me foi importante. Mas dessa vez o que sucede dentro de mim é em termos diferente. Não sinto aquela melancolia irreversível que só me empurra para baixo, que só me faz enxergar o fim... Sinto um gosto de fim... Me sinto como se estivesse sentada em um terreno vazio, empoeirado, de onde algo acabou a pouco... De onde algo foi destruído e pessoas foram embora. Mas eu não estou chorando e também não estou totalmente vazia. Sinto o gosto da terra e o desejo de construir nesse terreno algo muito melhor do que tudo que vinha existindo ali... Vontade de pintar um novo quadro, porque o que sinto em minha pele não é a dor das coisas que terminam e deixam saudade, mas o alívio do mal que mais uma vez não perdurou, foi vencido pelo bem, assim como nos desenhos animados que acompanharam minha infância deturbada, assim como eu sempre sonhei que a vida deveria ser. E pelo menos dessa vez, pelo menos pra mim, esta sendo. O que me resta é fazer exatamente o que anseio tanto por fazer: Agarrar essa nova esperança com todas as forças que ainda me sombram e seguir adiante... Limpar o terreno e iniciar a construção. Porque a vida, ah, a vida... Ela sempre continua.

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