Um dia seus olhos se abriram e ela foi finalmente capaz de perceber o mundo a sua volta. E vislumbrar a mulher amarga que havia se tornado.
Ate ali, ela estava apenas sobrevivendo em meio ao cinza em que se convertera a sua vida.
Ela não se sentia triste nem feliz, apenas vazia. Incapaz de “sentir”.
O coração que um dia possuiu havia sido devorado por uma frieza que não lhe pertencia.
Sua razão havia sido dominada por uma certeza que a enlouquecia.
Ela estava se degradando em meio a todo aquele cinza.
Em sua mente havia lembranças de um tempo em que decidira morrer. Mas por infinitas razões ela se desprovera de tais desejos infrutíferos.
Ela voltara a sorrir. Mas nenhuma alegria era suficientemente intensa para tocar seu coração congelado.
Ela aprendera a usar máscaras, acreditara estar protegida detrás delas. De certo modo estava. Escondida do mundo, presa dentro de si.
Foi nesse momento que seus passos, já tão automáticos, a guiaram por um caminho novo.
Ela se deparou com um olhar profundo, possuidor de um brilho inexplicável e imensamente especial, que com sua luz infinita iluminou e aqueceu toda a sala vazia que havia dentro dela.
Aquela luz foi de uma capacidade transformadora tão intensa que converteu sua “mulher interior”, tão segura e dona de si, em uma garotinha frágil e temerosa... Novamente possuidora de um coração pulsante.
A menina temia tão explosão de sentimentos e mais ainda o desconhecido que a cerca... Mas ela sabia que não poderia encontrar na vida emoção semelhante, se continuasse a se manter “segura” detrás de suas máscaras.
ótimo texto Bruna.. bjo
ResponderExcluirLegal você ter gostado. Foi escrito inspirado em você.
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