sábado, 25 de dezembro de 2010

As máscaras da vida





Um dia seus olhos se abriram e ela foi finalmente capaz de perceber o mundo a sua volta. E vislumbrar a mulher amarga que havia se tornado.

Ate ali, ela estava apenas sobrevivendo em meio ao cinza em que se convertera a sua vida.

Ela não se sentia triste nem feliz, apenas vazia. Incapaz de “sentir”.

O coração que um dia possuiu havia sido devorado por uma frieza que não lhe pertencia.

Sua razão havia sido dominada por uma certeza que a enlouquecia.

Ela estava se degradando em meio a todo aquele cinza.

Em sua mente havia lembranças de um tempo em que decidira morrer. Mas por infinitas razões ela se desprovera de tais desejos infrutíferos.

Ela voltara a sorrir. Mas nenhuma alegria era suficientemente intensa para tocar seu coração congelado.

Ela aprendera a usar máscaras, acreditara estar protegida detrás delas. De certo modo estava. Escondida do mundo, presa dentro de si.

Foi nesse momento que seus passos, já tão automáticos, a guiaram por um caminho novo.

Ela se deparou com um olhar profundo, possuidor de um brilho inexplicável e imensamente especial, que com sua luz infinita iluminou e aqueceu toda a sala vazia que havia dentro dela.

Aquela luz foi de uma capacidade transformadora tão intensa que converteu sua “mulher interior”, tão segura e dona de si, em uma garotinha frágil e temerosa... Novamente possuidora de um coração pulsante.

A menina temia tão explosão de sentimentos e mais ainda o desconhecido que a cerca... Mas ela sabia que não poderia encontrar na vida emoção semelhante, se continuasse a se manter “segura” detrás de suas máscaras.

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